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  • Sérgio Fadul / Cruz Terra Santa

São Sebastião


São Sebastião era um soldado romano que foi martirizado por professar e não renegar a fé em Cristo Jesus. Sua história é conhecida somente pelas atas romanas de sua condenação e martírio. Nessas atas de martírio de cristãos, os escribas escreviam dando poucos detalhes sobre o martirizado e muitos detalhes sobre as torturas e sofrimentos causados a eles antes de morrerem. Essas atas eram expostas ao público nas cidades com o fim de desestimular a adesão ao cristianismo.


São Sebastião, soldado romano e cristão


São Sebastião nasceu na cidade de Narbona, na França, em 256 d.C. Seu nome de origem grega, Sebastós, significa divino, venerável. Ainda pequeno, sua família mudou-se para Milão, na Itália, onde ele cresceu e estudou. Sebastião optou por seguir a carreira militar de seu pai.


No exército romano, chegou a ser Capitão da 1ª da guarda pretoriana. Esse cargo só era ocupado por pessoas ilustres, dignas e corretas. Sebastião era muito dedicado à carreira, tendo o reconhecimento dos amigos e até mesmo do imperador romano, Maximiano. Na época, o império romano era governado por Diocleciano, no oriente, e por Maximiano, no ocidente. Maximiano não sabia que Sebastião era cristão. Não sabia também que Sebastião, sem deixar de cumprir seus deveres militares, não participava dos martírios nem das manifestações de idolatria dos romanos.


Por isso, São Sebastião é conhecido por ter servido a dois exércitos: o de Roma e o de Cristo. Sempre que conseguia uma oportunidade, visitava os cristãos presos, levava uma ajuda aos que estavam doentes e aos que precisavam.


Missionário no exército romano


De acordo com Atos apócrifos atribuídos a Santo Ambrósio de Milão, Sebastião teria se alistado no exército romano já com a única intenção de afirmar e dar força ao coração dos cristãos, enfraquecidos diante das torturas.


Martírio de São Sebastião


Ao tomar conhecimento de cristãos infiltrados no exército romano, Maximiano realizou uma caça a esses cristãos, expulsando-os do exército. Só os filhos de soldados ficaram obrigados a servirem o exército. E este era o caso do Capitão Sebastião. Para os outros jovens a escolha era livre. Denunciado por um soldado, o imperador se sentiu traído e mandou que Sebastião renunciasse à sua fé em Jesus Cristo. Sebastião se negou a fazer esta renúncia. Por isso, Maximiano mandou que ele fosse morto para servir de exemplo e desestímulo a outros. Maximiano, porém, ordenou que Sebastião tivesse uma morte cruenta diante de todos. Assim, os arqueiros receberam ordens para matarem-no a flechadas. Eles tiraram suas roupas, o amarraram num poste no estádio de Palatino e lançaram suas flechas sobre ele. Ferido, deixaram que ele sangrasse até morrer.


Recuperação


Irene, uma cristã devota, e um grupo de amigos, foram ao local e, surpresos, viram que Sebastião continuava vivo. Levaram-no dali e o esconderam na casa de Irene que cuidou de seus ferimentos.


Segundo martírio de São Sebastião


Depois de curado, Sebastião continuou evangelizando e se apresentou ao imperador Maximiano, que não atendeu ao seu pedido. Sebastião insistia para que ele parasse de perseguir e matar os cristãos. Desta vez o imperador mandou que o açoitassem até morrer e depois fosse jogado numa fossa, para que nenhum cristão o encontrasse. Porém, após sua morte, São Sebastião apareceu a Lucina, uma cristã, e disse que ela encontraria o corpo dele pendurado num poço. Ele pediu para ser enterrado nas catacumbas junto dos apóstolos.


Sepultamento


Alguns autores acreditam que Sebastião foi enterrado no jardim da casa de Lucina, na Via Ápia, onde se encontra sua Basílica. Construíram, então, nas catacumbas, um templo, a Basílica de São Sebastião. O templo existe até hoje e recebe devotos e peregrinos do mundo todo.


Devoção a São Sebastião


Tal como São Jorge, Sebastião foi um dos soldados romanos mártires e santos, cujo culto nasceu no século IV e que atingiu o seu auge nos séculos XIV e XV, tanto na Igreja Católica como na Igreja Ortodoxa. São Sebastião é celebrado no dia 20 de janeiro. Existe também uma capela em Palatino, com uma pintura que mostra Irene tratando das feridas de Sebastião. Irene também foi canonizada e sua festa é no dia 30 de março.


São Sebastião de Narbona é padroeiro dos soldados, além de ser considerado protetor contra a fome, a peste e a guerra.


Padroeiro do Rio de Janeiro


No Rio de Janeiro, este dia é marcado por diversas homenagens e devoções ao santo guerreiro, padroeiro da cidade. A história da Cidade Maravilhosa com seu santo padroeiro remonta o início da colonização do Brasil e da fundação da cidade.



Em 1555, o Rio de Janeiro foi o refúgio para os protestantes franceses, chamados huguenote. Os franceses encontraram a oportunidade de ter um espaço nas terras novas. Ao chegar à Baía de Guanabara, vendo que a região não tinha colonizadores portugueses, se instalaram no local, criando o que chamaram de "França Antártica". Fizeram aliança com os índios tamoios, que viviam na região. Ali viveram por 20 anos. Mas, depois de uma viagem de reconhecimento, Men de Sá descobre os franceses já com fortaleza na Ilha de Serigipe, chamada pelos franceses e até hoje, como Ilha de Villegagnon (pequena ilha que fica após ao Aeroporto Santos Dumont e hoje abriga uma escola naval - Nicolas Durand de Villegagnon era o capitão das embarcações francesas). Os portugueses ainda tentaram renomear como Ilha das Palmeiras, mas sem sucesso.


A frota portuguesa, sob as ordens de Men de Sá adentra a baia sorrateiramente e destrói as embarcações francesas, além de danificar criticamente a sua fortaleza, o Forte Coligny, fazendo com que os franceses, que já tinham uma longa relação com os índios, buscassem com estes um refúgio.



Os portugueses enviaram uma frota comandada por Estácio de Sá, que fundou a cidade do Rio de Janeiro em uma área afastada, fora da baia. Dali se inicia a conhecida batalha das canoas, onde, apesar de terem mais armamentos de fogo, os portugueses tinham uma grande desvantagem numérica, pois os franceses conseguiram o apoio dos índios Tamoios, com mais de 3000 índios na batalha. Na busca de apoio, os portugueses encontraram uma aldeia na região onde hoje é Niterói, cujo chefe se chamava Araribóia e tinha aproximados 300 guerreiros.


Araribóia

A batalha que pôs fim ao domínio francês teve grande parte de sua glória na braveza do cacique Araribóia, que se aproximou da batalha que ocorria na praia de Uruçum mirim (hoje praia do Flamengo), pela mesma ilha que um dia fora a fortaleza francesa. Conta uma lenda que o próprio Araribóia nadou com uma tocha na boca até o morro da glória, no lugar onde hoje é o largo do Russel. Subiu o morro e viu que os franceses tinham um paiol junto ao morro, onde hoje é a Rua Silveira Martins. Ali ele consegue explodir o paiol, gerando uma situação inusitada nos índios inimigos. Dizem que, na explosão, uma grande coluna de fogo se ergueu e, nesta, os índios Tamoios viram um guerreiro, São Sebastião, que ia na direção deles, fazendo com que os 3000 índios fugissem e deixassem sozinhos os franceses, que também trataram de escapar.


No dia 20 de janeiro de 1567, os portugueses conseguiram a vitória, mas apesar desta, infelizmente o comandante português, Estácio de Sá, levou uma flechada no olho e morreu um ano depois.


Os portugueses, então, decidem nominar a nova cidade com o nome de São Sebastião do Rio de Janeiro. São Sebastião, por causa da vitória atribuída ao santo, oportunamente também o nome do rei de Portugal, na época Sebastião I.


Uma curiosidade informada por alguns portugueses é que supostamente usamos o nome errado como Rio, pois o nome certo seria Ria, termo usado em Portugal para pequeno braço de mar que, em forma de baía, penetra no interior da costa (Dicionário Priberam), ou um lugar onde o mar é raso, mas tem cortes profundos para navegação, um estuário, um tipo de acidente geográfico comum no litoral do norte de Portugal. Alguns autores também atribuem, pelo contrário, a um erro dos portugueses, de pensarem que o local era um grande rio.


Forte devoção a São Sebastião no Rio de Janeiro


Os historiadores contam que a festa de São Sebastião “era celebrada com vibrante entusiasmo” durante o período colonial e a monarquia.


“Salvas das fortalezas e dos navios, parada de tropas em grande gala, cerimônias religiosas com missa solene e sermão adequado, repiques de sinos, foguetório, janelas ajaezadas de colchas de damasco e tapetes do oriente, luminárias em todas as casas, danças populares em plena rua. Os festejos estendiam-se ao mar onde se efetuava um combate simulado, com fogos de artifício, entre dois grupos de embarcações, para rememorar a famosa batalha das canoas em que, segundo a lenda, o Santo em pessoa tomara parte, descendo à terra, vindo combater ao lado de seus devotos, na defesa da sua cidade”.

(Fonte: Literatura & Rio de Janeiro)


Com a chegada da Família Real ao Brasil, os festejos em homenagem a São Sebastião ganharam ainda mais pompa e brilho e passaram a ser celebrados desde o dia 17 de janeiro.


São Sebastião, exemplo de comunhão para os cariocas


“A vida de São Sebastião nos mostra que tudo ele venceu com muito amor. O tema da nossa trezena e da nossa festa neste ano é: “São Sebastião, arauto da comunhão. Olhando para vida deste grande santo, percebemos que só foi possível ser corajoso devido ao seu grande amor pelo Evangelho e por Jesus”, escreveu o cardeal Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro.


Oração a São Sebastião


São Sebastião glorioso mártir de Jesus Cristo e poderoso advogado contra a peste, defendei a mim, minha família e todo o país do terrível flagelo da peste e de todos os males para que servindo a Jesus Cristo alcancemos a graça de participar de vossa Glória no céu. Amém.


Glorioso Mártir São Sebastião, rogai por nós!



MARTIROLÓGIO ROMANO

20/01


1. São Fabião, papa e mártir, que por intervenção divina foi chamado do laicado ao pontificado e, depois de dar glorioso exemplo de fé e virtude, sofreu o martírio na perseguição do imperador Décio. São Cipriano faz o elogio do seu combate, afirmando que ele deu testemunho insigne e irrepreensível no governo da Igreja. O seu corpo foi neste dia sepultado em Roma, junto da Via Ápia, no cemitério de Calisto.

(† 250)


2. São Sebastião, mártir, que, oriundo de Milão, partiu para Roma, como refere Santo Ambrósio, onde grassavam violentas perseguições, e aí sofreu o martírio. Na Urbe romana, para onde tinha vindo como hóspede, obteve o seu corpo domicílio de imortalidade perpétua. Neste dia foi depositado nas Catacumbas de Roma.

(† s. IV in.)


3. Em Antínoo, na Tebaida, região do Egito, Santo Asclas, mártir, que perante o governador não temeu as suas ameaças, afirmando que o seu maior temor era desprezar a Cristo e, depois de vários tormentos, foi lançado no rio.

(† s. IV)


4. Em Niceia, cidade da Bitínia, hoje Iznik, na Turquia, São Neófito, mártir.

(† s. IV)


5. Na Palestina, Santo Eutímio, abade, que, sendo natural da Arménia e consagrado a Deus desde a infância, partiu para Jerusalém e, depois de passar muitos anos na solidão, foi até à morte sempre firme e diligente na humildade e caridade e insigne na observância da disciplina.

(† 473)


6. Em Worcester, na Inglaterra, São Volstano, bispo, que, chamado do claustro à sede episcopal desta cidade, associou os hábitos monásticos ao zelo pastoral, dedicando-se com diligência a visitar as paróquias, fomentar a edificação de igrejas, favorecer a formação cultural e condenar a venalidade.

(† 1095)


7*. Em Coltibuono, na Etrúria, atualmente na Toscana, região da Itália, São Bento Ricasóli, eremita da Congregação de Valumbrosa.

(† c 1107)


8*. Na Finlândia, Santo Henrique, bispo e mártir, que, sendo natural da Inglaterra, recebeu o encargo de governar da Igreja de Upsala, dedicando-se com grande zelo à evangelização dos Finlandeses; por fim, foi cruelmente morto por um homicida, que ele tinha tentado corrigir segundo a disciplina eclesiástica.

(† c. 1157)


9. Em Messina, cidade da Sicília, na Itália, Santa Eustóquio Calafato, virgem, abadessa da Ordem de Santa Clara, que se dedicou com grande energia a restaurar a primitiva disciplina da vida regular e promover a imitação de Cristo segundo a tradição de São Francisco.

(† 1485)


10♦. Em Roma, o Beato Ângelo (Francisco Paoli), presbítero da Ordem dos Carmelitas.

(† 1720)


11. Em Seul, na Coreia, Santo Estêvão Min Kuk-ka, mártir, que, sendo catequista, foi degolado no cárcere em ódio à fé cristã.

(† 1840)


12♦. Em Le Mans, na França, o Beato Basílio António Maria Moreau, presbítero diocesano, fundador da Congregação da Santa Cruz.

(† 1873)


13. Em Casória, próximo de Nápoles, na Campânia, região da Itália, Santa Maria Cristina da Imaculada (Adelaide Brando), virgem, que dedicou a sua vida à formação cristã das crianças e, por meio da Congregação das Irmãs Vítimas Expiatórias de Jesus Sacramentado, contribuiu intensamente para fomentar a adoração da Santíssima Eucaristia.

(† 1906)


14*. No mosteiro de Mount Saint Bernard, próximo de Leicester, na Inglaterra, o Beato Cipriano (Miguel) Iwene Tansi, presbítero da Ordem Cisterciense, que, sendo natural do território de Onitsha, da Nigéria, ainda jovem professou a fé cristã contra a vontade da família e, ordenado sacerdote, se dedicou com grande zelo ao trabalho pastoral, até que, abraçando a vida monástica, mereceu consumar uma santa vida com uma santa morte.

(† 1964)


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