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  • Foto do escritorSérgio Fadul / Santos e Beatos Católicos

São João Crisóstomo


João nasceu em Antioquia, provavelmente em 349. Educado pela mãe, santa Antusa, viveu vida monástica dentro de casa, nos anos de sua juventude. Depois, quando morreu sua mãe, retirou-se para o deserto e aí permaneceu seis anos, dos quais os dois últimos passou no retiro solitário de uma caverna, em detrimento da saúde física. Chamado à cidade e ordenado diácono, dedicou cinco anos de preparação ao sacerdócio e ao ministério da pregação. Ordenado sacerdote pelo bispo Fabiano, tornou-se o seu zeloso colaborador no governo da diocese de Antioquia. A especialização pastoral de João era a pregação, na qual revelava os dons de orador e sua profunda cultura. Pastor e moralista, mostrava-se ansioso em transformar o comportamento prático dos seus ouvintes e não permanecia na exposição de raciocínios sobre a mensagem cristã.


Em 398 João de Antioquia — o sobrenome Crisóstomo (boca de ouro) foi-lhe conferido três séculos depois pelos bizantinos — foi chamado para substituir o patriarca Netário na prestigiosa cátedra de Constantinopla. Na capital do império do Oriente, João desenvolveu logo atividade pastoral e organizadora que suscitou admiração e perplexidade: evangelização rural, criação de hospitais, procissões antiarianas sob a proteção da polícia imperial, sermões “de fogo’’ com que castigava os vícios e as friezas, severas advertências aos monges indolentes e aos eclesiásticos demasiado sensíveis aos apelos da riqueza. Os sermões de João duravam horas inteiras, mas o douto patriarca sabia usar com consumada perícia todos os recursos da retórica, não para aliciar os ouvidos de seus ouvintes, mas para ensinar, corrigir, recriminar. Pregador insuperável, João não era muito diplomático e as encrencas com a corte bizantina foram inevitáveis. Deposto ilegalmente por um grupo de bispos chefiados por Teófilo, e exilado com a cumplicidade de Eudóxia, a imperatriz, foi reconduzido logo, depois pelo imperador Arcádio, atingido por várias desgraças que sobrevieram ao palácio. Mas dois meses depois João era de novo exilado, primeiro para a fronteira com a Armênia, depois para as margens do mar Negro.


Durante este último exílio, a 14 de setembro de 407, João morreu. Do sepulcro de Comana, o filho de Arcádio, Teodósio, o Jovem, fez transferir os restos mortais do santo a Constantinopla, onde chegaram na noite de 27 de janeiro de 438, entre uma multidão triunfante. Dos numerosos escritos do santo lembramos um pequeno volume Sobre o sacerdócio, obra-prima da espiritualidade sacerdotal.


São João Crisóstomo, rogai por nós!



MARTIROLÓGIO ROMANO

13/09


1. Memória de São João, bispo de Constantinopla e doutor da Igreja, que, nascido em Antioquia e ordenado sacerdote, mereceu pela sua eloquência sublime ser chamado Crisóstomo e, eleito bispo desta sede, se revelou como grande pastor da Igreja e mestre da fé. Condenado pelos seus inimigos ao exílio, foi daí chamado de novo à sua sede por decreto do papa Inocêncio I e, durante a viagem de regresso, sofrendo muitos maus tratos dos soldados que o acompanhavam, entregou a sua alma a Deus no dia catorze de Setembro, em Comana, no Ponto, hoje Gumenek, na Turquia.

(† 407)


2. Em Ancira, na Galácia, hoje Ancara, também na Turquia, São Juliano, presbítero e mártir no tempo do imperador Licínio.

(† s. IV)


3. Em Jerusalém, a dedicação das basílicas que o imperador Constantino quis piedosamente edificar sobre o monte Calvário e sobre o sepulcro do Senhor.

(† 355)


4. Em Tours, na Gália Lionense, hoje na França, São Litório, bispo, que foi o primeiro a construir uma igreja dentro dos muros da cidade, onde já anteriormente havia cristãos.

(† 371)


5. Em Valence, na Gália Lionense, também na actual França, Santo Emiliano, venerado como o primeiro bispo desta cidade.

(† d. 374)


6. Em Cartago, na hodierna Tunísia, São Marcelino, mártir, que, sendo tribuno e muito amigo de Santo Agostinho e de São Jerónimo, sob a pressão do usurpador Heracliano foi acusado falsamente e morto inocente pelos hereges donatistas, por defenser a fé católica.

(† 413)


7. Em Angers, na Gália Lionense, atualmente na França, São Maurílio, bispo, que, nascido em Milão, foi ao encontro de São Martinho de Tours, pelo qual foi ordenado presbítero e enviado a dirigir a Igreja de Chalonnes-sur-Loire; eleito bispo, empenhou-se infatigavelmente em erradicar as superstições pagãs dos povos rurais.

(† 453)


8. Nos montes Vosgos, na Nêustria, também na atual França, Santo Amado, presbítero e abade, insigne pela sua austeridade, jejuns e amor à solidão, que dirigiu sabiamente o mosteiro de Habend, depois denominado Remiremont, por ele fundado juntamente com São Romarico.

(† c. 629)


9. Na ilha de Tino, no golfo de La Spézia, na Ligúria, região da Itália, São Venério, eremita.

(† s. VII)


10. Em Breuil, na Gália Ambianense, hoje na França, o passamento de Santo Amado, bispo de Sion, na Suíça, que, por ordem do rei Teodorico II, foi mandado para o exílio e aí morreu.

(† c. 690)


11*. Em Toledo, na Espanha, a Beata Maria de Jesus (Maria López de Rivas), virgem da Ordem das Carmelitas Descalças, que teve a graça extraordinária da comunicação das dores da Paixão do Senhor, tanto na alma como no corpo, permanecendo sempre humilde e paciente em tudo.

(† 1640)


12*. Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Cláudio Dumonet, presbítero e mártir, que, sendo mestre de artes, durante a perseguição religiosa foi encerrado na esquálida galera, onde, com os pés encadeados e desfalecido pela febre e condições desumanas, morreu por Cristo.

(† 1794)


13*. Em Almeria, na Andaluzia, região da Espanha, o Beato Aurélio Maria (Benvindo Villalon Acebron), irmão da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir, assassinado em ódio à Igreja.

(† 1936)

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