top of page
  • Foto do escritorSérgio Fadul / Franciscanos

Santo André Dung-Lac e companheiros mártires


A evangelização do Vietnã começou no século XVI, através de missionários europeus de diversas ordens e congregações religiosas. São quatro séculos de perseguições sangrentas que levaram ao martírio milhares de cristãos massacrados nas montanhas, florestas e em regiões insalubres. Enfim, em todos os lugares onde buscaram refúgio. Foram bispos, sacerdotes e leigos de diversas idades e condições sociais, na maioria pais e mães de família e alguns deles catequistas, seminaristas ou militares.


Hoje, homenageamos um grupo de cento e dezessete mártires vietnamitas, beatificados no ano jubilar de 1900 pelo papa Leão XIII. A maioria viveu e pregou entre os anos 1830 e 1870. Dentre eles muito se destacou o padre dominicano André Dung-Lac, tomado como exemplo maior dessas sementes da Igreja Católica vietnamita.


Filho de pais muito pobres, que o confiaram desde pequeno à guarda de um catequista, ordenou-se sacerdote em 1823. Durante seu apostolado, foi cura e missionário em diversas partes do país. Também foi salvo da prisão diversas vezes, graças a resgates pagos pelos fiéis, mas nunca concordou com esse patrocínio.


Uma citação sua mostra claramente o que pensava destes resgates: “Aqueles que morrem pela fé sobem ao céu. Ao contrário, nós que nos escondemos continuamente gastamos dinheiro para fugir dos perseguidores. Seria melhor deixar-nos prender e morrer”. Finalmente, foi decapitado em 24 de novembro de 1839, em Hanói, Vietnã.


Passada essa fase tenebrosa, veio um período de calma, que durou cerca de setenta anos. Os anos de paz permitiram à Igreja que se reorganizasse em numerosas dioceses que reuniam centenas de milhares de fiéis. Mas os martírios recomeçaram com a chegada do comunismo à região.


A partir de 1955, os chineses e os russos aniquilaram todas as instituições religiosas, dispersando os cristãos, prendendo, condenando e matando bispos, padres e fiéis, de maneira arrasadora. A única fuga possível era através de embarcações precárias, que sucumbiam nas águas que poderiam significar a liberdade, mas que levavam, invariavelmente, à morte.


Entretanto o evangelho de Cristo permaneceu no coração do povo vietnamita, pois quanto mais perseguido maior se tornou seu fervor cristão, sabendo que o resultado seria um elevadíssimo número de mártires. O papa João Paulo II, em 1988, inscreveu esses heróis de Cristo no livro dos santos da Igreja, para serem comemorados juntos e como companheiros de santo André Dung-Lac no dia de sua morte.


Santo André Dung-Lac e companheiros mártires, rogai por nós.



MARTIROLÓGIO ROMANO

24/11


1. Memória dos santos André Dung Lac, presbítero, e companheiros[1], mártires. Numa celebração comum se veneram os cento e dezessete missionários que sofreram o martírio no Tonquim, Anam e Cochinchina, regiões da Ásia, do atual Vietnam – oito bispos, muitos presbíteros e um ingente número de fiéis de ambos os sexos e de todas as condições e idades –, que aceitaram o desterro, os cárceres, os tormentos e enfim os mais cruéis suplícios, por recusarem calcar a cruz e abjurar da fé cristã.

[1] São estes os seus nomes: Clemente Inácio Delgado Cebrián, Domingos Henares, Jerónimo Hermosilla, José Maria Díaz Sanjurjo, Melchior Garcia Sampedro, Pedro Dumoulin-Borie, Valentim Bérrio Ochoa, bispos; Agostinho Schoeffler, Bernardo Vu Van Due, Domingos Cam, Domingos Mâu, Domingos Nguyen Van (Doán) Xuyên, Domingos Nguyen Van Hanh (Diêu), Domingos Trach, Domingos Tuoc, Manuel Nguyen Van Triêu, Francisco Gil de Federich, Francisco Jaccard, Jacinto Castañeda, Tiago Do Mai Nam, João Carlos Cornay, João Dat, João Doàn Trinh Hoan, João Luís Bonnard, João Teófanes Venard, José Dang Dinh (Niên) Viên, José Dô Quang Hien, José Fernández, José Marchand, José Nguyên Dình Nghi, José Tuán, Isidoro Gagelin, Lourenço Nguyen Van Huong, Lucas Vu Bá Loan, Martinho Ta Duc Thinh, Mateus Afonso de Leziniana, Paulo Lê Bao Tinh, Paulo Le-Van-Loc, Paulo Nguyen Ngan, Paulo Pham Khac Khoan, Pedro Almató Ribeira, Pedro Doan Cong Quy, Pedro Francisco Nerón, Pedro Khanh, Pedro Le Tuy, Pedro Nguyen Ba Tuân, Pedro Nguyen Van Luu, Pedro Nguyen Van Tu, Pedro Truong Van Thi, Filipe Phan Van Minh, Tomás Dinh Viet Du, Tomé Khuong, Vicente Do Yen, Vicente Le Quang Liem e Vicente Nguyen The Diem, presbíteros; André Nguyen Kim Thong Nam (Nam Thuong), António Nguyen Huu (Nam) Quynh, Domingos Bui Van Uy, Francisco Xavier Can, Francisco Xavier Ha Trong Mau, João Baptista Dinh Van Thanh, José Nguyen Dinh Uyen, José Nguyen Duy Khang, José Nguyen Van Luu, Mateus Nguyen Van Phuong, Paulo Nguyen Van My, Pedro Doan Van Van, Pedro Nguyen Khac Tu, Pedro Nguyen Van Hieu, Pedro Truong Van Duong, Pedro Vu Van Truat e Tomás Toán, catequistas; Inês Le Thi Thanh (Dê), André Tuong, André Tran Van Trong, António Nguyen Dích, Agostinho Nguyen Van Moi, Agostinho Phan Viet Huy, Domingos Huyen, Domingos Mao, Domingos Ngon, Domingos Nguyen, Domingos Nhi, Domingos Nicolau Dinh Dat, Domingos Ninh, Domingos Pham Trong (An) Kham, Domingos Toai, Manuel Le Van Phung, Manuel Phung, Francisco Do Minnh Chieu, Francisco Tran Van Trung, João Baptista Con, José Hoang Luong Canh, José Le Dang Thi, José Pham Trong (Cai) Ta, José Tuán, José Tuc, Lucas (Cai) Thin, Martinho Tho, Mateus Le Van Gam, Miguel Ho Dinh Hy, Miguel Nguyen Huy My, Nicolau Bui Viet Thê, Paulo Hanh, Paulo Tong Viet Buong, Pedro Da, Pedro Dong, Pedro Dung, Pedro Thuan, Pedro Vo Dang Khoa, Simão Phan Dac Hoa, Estêvão Nguyen Van Vinh, Tomás Nguyen Van Dê, Tomás Tran Van Thien, Vicente Duong y Vicente Tuong.

(† 1625-1886)


2. Em Aquileia, na Venécia, no atual Friúli, região da Itália, a comemoração de São Crisógono, mártir, que é celebrado em Roma no dia do aniversário da dedicação da igreja cujo título tem o seu nome.

(† s. IV in.)


3. Em Amélia, na Úmbria, também região da Itália, Santa Firmina, mártir.

(† c. s. IV)


4. Em Milão, na Ligúria, hoje na Lombardia, também região da Itália, São Protásio, bispo, que defendeu ante o imperador Constante a causa de Santo Atanásio e tomou parte no Concílio de Sárdica.

(† c. 356)


5. Na cidadela de Blaye, próxima de Bordéus, na Aquitânia, atualmente na França, São Romão, presbítero.

(† c. 380)


6*. Em Cloyne, na Irlanda, São Colmano, bispo.

(† 604-608)


7. No território Arvena, na Aquitânia, hoje Clermont-Ferrand, na França, São Porciano, abade, que, sendo jovem escravo, procurou refúgio e liberdade num mosteiro, no qual se fez monge e chegou a ser abade, morrendo em avançada idade, debilitado pelos jejuns.

(† d. 532)


8. Em Córdova, na Andaluzia, região da atual Espanha, as santas Flora e Maria, virgens e mártires, que, na perseguição dos Mouros, foram encarceradas com Santo Eulógio e depois mortas ao fio da espada.

(† 851)


9. Em Reims, na França, a paixão de Santo Alberto de Lovaina, bispo de Liège e mártir, que foi condenado ao exílio por defender a Igreja e assassinado no mesmo ano em que tinha sido ordenado.

(† 1192)


10*. No mosteiro de Cava de’ Tirréni, na Campânia, região da Itália, o Beato Bálsamo, abade, que, no meio das turbulências e conflitos do seu tempo, exerceu o seu ministério com sabedoria e prudência.

(† 1232)


11. Em Dong Hoi, cidade do Anam, no actual Vietnam, os santos Pedro Dumoulin-Borie, bispo, da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris, Pedro Vo Dang Khoa e Vicente Hguyen The Diem, presbíteros, dos quais, por ordem do imperador Minh Mang, o primeiro foi degolado e os outros estrangulados.

(† 1838)


12*. Em Milão, na Itália, a Beata Maria Ana Sala, virgem da Congregação das Irmãs de Santa Marcelina, que, dedicada totalmente à formação das jovens, foi mestra da ciência animada pela fé e piedade.

(† 1891)


13*. Em Picadero de Paterna, no território de Valência, região da Espanha, as beatas Niceta da Santa Prudência (Niceta Plaja Xifra) e companheiras[2], virgens do Instituto das Irmãs Carmelitas da Caridade e mártires, que, de lâmpadas acesas, foram dignas de entrar na ceia eterna de Cristo Esposo.

[2] São estes os seus nomes: Paula de Santa Anastásia (Paula Isla Alonso), Antónia de São Timóteo (Antónia Gosens Sáez de Ibarra), Daria de Santa Sofía (Daria Campillo Paniágua), Erundina de Nossa Senhora do Carmo (Erundina Colino Vega), Maria da Consolação do Santíssimo Sacramento (Maria da Consolação Cuñado González), Conceição de Santo Inácio (Maria da Conceição Odriozola Zabalia), Feliciana de Nossa Senhora do Carmo (Feliciana Uribe Orbe), Conceição de Santa Madalena (Conceição Rodríguez Fernández), Justa da Imaculada (Justa Maiza Goicoechea), Clara de Nossa Senhora da Esperança (Clara Ezcurra Urrútia) e Cândida de Nossa Senhora dos Anjos (Cândida Cayuso González).

(† 1936)


14♦. Em Paracuellos del Jarama, localidade próxima de Madrid, também na Espanha, o Beato Félix Alonso Muñiz, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir, que, durante a perseguição contra a Igreja, pelo seu testemunho de Cristo recebeu a coroa do martírio.

(† 1936)

Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page