São Conrado
Nasceu em Piacenza, ao sul de Milão, por volta do ano 1290, da nobre familia dos Confalonieri. Quando jovem, tornou-se soldado e se casou com a jovem Eufrosina de Lodi. Seus divertimentos eram os torneios, as armas e as caçadas a lebres e javalis. Certo dia, para emboscar uma presa, acabou provocando um incêndio em todo um bosque.
O fogo provocou estragos também em culturas de campos vizinhos. Os colonos se revoltaram porque tiveram muitos prejuízos. O governador, Galeazzo Visconti, para aplacar a ira dos camponeses, condenou à morte o primeiro suspeito, que na ocasião pegaram no bosque.
Mas Conrado demonstrou toda a sua nobreza também de coração. Para não permitir que um inocente pagasse por um erro seu, apresentou-se ao governador e confessou sua culpa. Comprometeu-se a indenizar os prejudicados. Para isso vendeu todas as suas posses, ficando completamente pobre.
Na pobreza, ele e sua esposa buscaram refúgio em Deus. E encontraram. Após um período de sofrimentos e meditações, resolveram se dedicar, os dois, marido e esposa, ao serviço do Senhor. Era o ano de 1315. Eufrosina ingressou no convento franciscano de santa Clara de Piacenza, onde passou o resto de sua vida. Conrado retirou-se, passando a peregrinar de santuário em santuário, em busca de um lugar adequado para viver como ermitão, dedicado à penitência e oração. Em Calendasco, no ano de 1315, vestiu o hábito da Ordem Terceira de São Francisco.
Mas algum tempo depois continuou sua marcha eremítica. Visitou Roma e seguiu caminhando até que um dia acampou no estreito de Messina. Perambulou pelas terras entre Catânia e Siracusa, talvez entre os anos de de 1331 e 1335, e chegou à cidade de Noto.Ele se fixou em Noto, numa cela junto à Igreja de São Miguel. Após 30 anos de caminhada, pareceu que ele ia finalmente parar de perambular. Dedicou-se a cuidar dos enfermos no Hospital de São Martinho. Começou a crescer sua fama de santidade e ele passou a ser procurado por devotos.
Acostumado à solidão, procurou refúgio na gruta de Pizzoni, fora da cidade. Lá se encontrou com outro ermitão terciário franciscano, o beato Guillermo Buccheri de Scicli. Na gruta eles passaram a viver em oração e penitência, pedindo a Deus a conversão dos pecadores, a proteção contra desastres da natureza, e a cura da multidão de enfermos que continuou procurando por eles, oriundos de todas as regiões vizinhas. Uma de suas visitas frequentes foi a do bispo de Siracusa.
Essa gruta é conhecida hoje como “gruta de São Currau, ou gruta de São Conrado”. Conrado morreu na gruta de Pizzoni, no dia 19 de fevereiro de 1351. Foi enterrado na cidade de Noto, onde os habitantes, para homenagear o “santo que veio do continente”, o sepultaram na mais bela igreja de Noto, a igreja de são Nicolau, que em 1844 se tornou a catedral da nova diocese. Seu processo de beatificação passou pelos papas Leão X, Paulo III e Urbano VIII. Este último o canonizou no dia 12 de setembro de 1625. Conrado é hoje, junto com São Nicolau, patrono da cidade e da diocese de Noto. É particularmente invocado para a cura de hérnias.
Oração: Deus, nosso Pai, continuamente passais pela nossa vida. Nas adversidades, confirmais vossa presença. Nos perigos, nos alertais. Em nossa fraqueza, fortalecei-nos. Em nossa falta de fé, alentai-nos. Nossas faltas e ofensas, perdoai-nos. Vacilantes, firmai nossos passos. Intimidados, abatidos, espantai nossos medos e erguei nossa fronte. Despossuídos de amor, derramai sobre nós a vossa ternura. Fechados em nossos interesses e preconceitos, libertai-nos do egoísmo. Senhor, conservai vivo em nós o desejo de libertação e o anseio da ressurreição. No fogo do tempo, queimai nossas vaidades, relevai nossas faltas, revelai nossas verdades, unificai nosso ser. Senhor, purificai hoje nossas emoções, abrandai nossas ansiedades e aflições. Sois o Deus da alegria, não o deus da tristeza; o Deus da saúde, não o deus da doença; o Deus das energias positivas, não o deus das cargas negativas; o Deus da vida, não o deus da morte. Por isso, vos pedimos, dai-nos hoje a alegria do coração e ajudai-nos a afastar de nossa mente todo medo, toda inquietação, todo pensamento negativo e destrutivo.
Outros Santos: Antonio de Santarém (rei) Agatão (papa); Gabino, Públio, Julião, Marcelo (mártires); Zambdas, Basiano, Barbato, Mansueto, Quodvultdeus (bispo); Martiniano, Eugênio, Confolanieri (confs) Dositeu (monge); Álvaro do Córdoba (beato).
MARTIROLÓGIO ROMANO
19/02
1. Em Nápoles, na Campânia, região da Itália, o sepultamento de São Quodvultdeus, bispo de Cartago, que foi exilado com todo o seu clero pelo rei ariano Genserico e, colocado em barcas velhas sem velas nem remos, contra toda a esperança humana aportou em Nápoles, onde morreu como confessor da fé.
(† 439)
2. Comemoração dos santos monges e outros mártires, que, por causa da fé em Cristo, foram crudelissimamente massacrados na Palestina às mãos dos Sarracenos, sob as ordens de Alamondir.
(† 507)
3. Em Milão, na Lombardia, região da Itália, São Mansueto, bispo, que combateu arduamente a heresia dos monotelistas.
(† c. 680)
4. Em Benavento, na Campânia, também região da Itália, São Barbato, bispo, que, segundo a tradição, converteu os Lombardos e o seu chefe à fé de Cristo.
(† 682)
5. No mosteiro de Vabres, no território Rodez, na Aquitânia, actualmente na França, São Jorge, monge.
(† c. 877)
6*. Em Bisignano, perto de Cosenza, na Calábria, região da Itália, São Proclo, monge, que, dotado de eminente sabedoria, foi arauto insigne da vida monástica.
(† c. 970)
7*. Em La Chambre, perto de Bruxellas, no Brabante, actualmente na Bélgica, o sepultamento do Beato Bonifácio, que foi bispo de Lausana e depois levou vida ascética com os monges cistercienses do lugar.
(† 1260)
8*. Em Noto, na Sicília, região da Itália, o Beato Conrado Confaloniéri de Piacenza, eremita da Ordem Terceira de São Francisco, que, deixando os divertimentos mundanos, seguiu durante cerca de quarenta anos um género de vida rigorosíssimo em assídua oração e penitência.
(† 1351)
9*. Em Córdova, na Espanha, a comemoração do Beato Álvaro de Zamora, presbítero da Ordem dos Pregadores, célebre pela sua eloquência e contemplação da Paixão do Senhor.
(† c. 1430)
10*. Em Mântua, na Lombardia, região da Itália, a Beata Isabel Picenárdi, virgem, que, tomando o hábito da Ordem dos Servos de Maria, praticou na casa paterna a vida consagrada a Deus. Frequentava assiduamente a sagrada Comunhão e a Liturgia das Horas, entregava-se à meditação da Sagrada Escritura e cultivava uma especialíssima devoção à Virgem Maria.
(† 1468)
11. Em Kaiyang, perto de Mianyang, no Sichuan, província da China, Santa Lúcia Yi Zhenmei, virgem e mártir, que pela confissão da fé católica foi condenada à decapitação.
(† 1862)
12*. No campo de concentração de Dachau, perto de Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, o Beato José Zaplata, religioso da Congregação do Sagrado Coração de Jesus e mártir, que, por causa da sua fé, foi violentamente deportado da Polónia, sua pátria, para um atroz cativeiro e, atingido pela doença, consumou o seu martírio.
(† 1945)
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