Nossa Senhora do Carmo
«A devoção a Maria é uma das flores mais belas do jardim do Carmelo. Diria que é como um girassol. É uma flor que se eleva sobre todas as outras flores. Nascida sobre um grande tronco, cheio de folhas grandes, a flor eleva-se para além da folhagem verde e tem a característica de “voltar-se” para o Sol. Além disso é uma imagem do próprio Sol… Maria era uma Flor assim. Também nós, como flores da sua semente, podemos crescer e florescer diante do Sol que se infundiu nela e também nos quer transmitir os raios da sua luz e do seu calor»
Beato Tito Brandsma
Nossa Senhora do Carmo e o Escapulário
Quando na Idade Média muitos peregrinos viajavam da Europa para a Terra Santa, alguns ficaram no Monte Carmelo e aí, no meio das suas celas (covas), construíram uma capela dedicada a Maria, a “Senhora do lugar”. Nela se reuniam diariamente para rezar e celebrar a Eucaristia. Assim nasceram os carmelitas.
Quando foram expulsos e alguns mortos, no século XIII, os carmelitas tiveram muitas dificuldades em serem reconhecidos na Europa como uma nova Ordem religiosa. Contaram sempre com a proteção de Maria, seu modelo de seguimento de Jesus Cristo e acabaram incluídos entre os frades Mendicantes, com uma espiritualidade e Regra próprias.
A sua vida e confiança na proteção de Maria fascinou muita gente. Para associar os leigos à sua espiritualidade, os carmelitas impuseram o hábito a muitos deles e criaram uma miniatura do avental desse hábito, o Escapulário, símbolo da proteção de Maria e da pertença espiritual à Ordem do Carmo.
O Escapulário tornou-se uma das devoções populares mais significativas na vida da Igreja. Quem recebe o Escapulário lembra-se sempre de imitar Maria, que escutava a Palavra de Deus, a cumpria e guardava no seu coração, seguindo Jesus Cristo até à Cruz. Quem o traz consigo confia na protecção de Nossa Senhora até à morte. O Escapulário do Carmo é um sinal do amor materno de Maria e a Maria, do modelo mariano de ser cristão, que pede sempre uma resposta de amor a Deus e ao próximo.
Usando o Escapulário, o devoto renova o seu compromisso baptismal de se revestir de Nosso Senhor Jesus Cristo, imitando e confiando em Nossa Senhora.
“Flor do Carmelo, vide florescente, esplendor do Céu, Virgem Mãe, singular. Doce Mãe, mas sempre Virgem, aos teus filhos dá teus favores, ó estrela do mar”
(São Simão Stock).
Oração
Venha em nossa ajuda, Senhor, a poderosa intercessão da bem-aventurada Virgem Maria, Mãe e Rainha do Carmelo, para que, protegidos pelo seu auxílio, cheguemos ao verdadeiro monte da salvação, Jesus Cristo Nosso Senhor. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém.
A imagem de Nossa Senhora do Carmo, padroeira dos Carmelitas, tem vários símbolos, todos interessantes e significativos para a nossa vida espiritual. Vejamos.
O hábito marrom de Nossa Senhora do Carmo
O hábito marrom de Nossa Senhora do Carmo é o hábito da Ordem Carmelita, tanto no ramo masculino, quanto feminino. Nossa Senhora apareceu pela primeira vez dessa maneira a São Simão Stock, num tempo em que a ordem carmelita estava sendo perseguida. São Simão era um carmelita inglês que pedia insistentemente que Nossa Senhora protegesse sua Ordem religiosa. Então, num momento de oração profunda, a Virgem Maria apareceu a ele trajando o hábito dos carmelitas, significando que ela dava total apoio à Ordem. A partir desse momento, as perseguições contra os carmelitas cessaram.
O manto branco de Nossa Senhora do Carmo
A Ordem dos Carmelitas tem uma ligação espiritual profunda com o Monte Carmelo em Israel. Neste local, o profeta Elias esteve na presença de Deus e sua vida se transformou depois disso. Neste local, Elias, pressentindo que seria levado para o céu, viu que era hora de passar o poder profético que Deus tinha lhe dado a seu discípulo Eliseu. Assim, Elias colocou sobre Eliseu o seu Manto Branco, simbolizando que ele passava sua missão de profeta para seu discípulo. Esta é a origem do Manto Branco que os Carmelitas usam nas cerimônias religiosas. Quando Nossa Senhora Aparece usando também o Manto Branco sobre o hábito carmelita, significa que ela passa também a missão profética de viver segundo o Evangelho, a todos os carmelitas e a todos os devotos de nossa Senhora do Carmo.
O Menino Jesus no colo de Nossa Senhora do Carmo
O Menino Jesus no colo de Nossa Senhora do Carmo tem três significados. O primeiro é ela, como Mãe, apresenta Jesus ao mundo. O segundo é que, com sua mão direita em gesto de bênção, o Menino Jesus está abençoando a humanidade. E o terceiro é que estando o menino Jesus com uma túnica branca, significa que ele também passa a missão de viver o Evangelho aos Carmelitas e aos devotos de Nossa Senhora do Carmo.
A coroa de Nossa Senhora do Carmo
A coroa de Nossa Senhora do Carmo rodeada de estrelas e uma aura brilhante simboliza a realeza da Mãe de Jesus. Significa que, como rainha do céu e da terra, a Virgem Maria pode interceder por todos aqueles que recorrerem a ela em oração, especialmente os Carmelitas e os devotos de Nossa Senhora do Carmo.
O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo
Quando Nossa Senhora do Carmo apareceu a São Simão, ela entregou a ele, em mãos, o Escapulário e disse as seguintes palavras: 'Recebe, meu filho muito amado, este escapulário de tua ordem, sinal do meu amor, privilégio para ti e para todos os carmelitas. Quem com ele morrer não se perderá. Eis aqui um sinal da minha aliança, salvação nos perigos, aliança de paz e amor eterno.' Como vemos, o escapulário de Nossa Senhora do Carmo é um sinal de proteção que ela mesma ofereceu a seus devotos. Em algumas representações, o menino Jesus no colo de Nossa Senhora do Carmo também segura um escapulário. Significa que Nosso Senhor Jesus Cristo endossa as palavras de Nossa Senhora sobre o escapulário. Assim, a pessoa que usa o Escapulário com devoção, respeito e fé, recebe as graças prometidas por Nossa Senhora aos que assim o usassem.
Os pés de Maria sobre o mundo
Os pés de Nossa Senhora do Carmo estão sobre o globo terrestre, simbolizando que a mensagem da Virgem do Carmo deve chegar a todos os povos, a todos os cantos da terra. A Salvação de Jesus, da qual Nossa Senhora é portadora, deve chegar a todos os lugares do mundo.
Oração a Nossa Senhora do Carmo
'Senhora do Carmo, Rainha dos anjos, canal das mais ternas mercês de Deus para com os homens. Refúgio e advogada dos pecadores, com confiança eu me prostro diante de vós, suplicando-vos que obtenhais a graça que necessito, (pede-se a graça). Em reconhecimento, solenemente prometo recorrer a vós em todas as minhas dificuldades, sofrimentos e tentações, e farei de tudo que ao meu alcance estiver, a fim de induzir outros a amar-vos, reverenciar-vos e invocar-vos em todas as suas necessidades. Agradeço as inúmeras bênçãos que tenho recebido de vossa mercê e poderosa intercessão. Continuai a ser meu escudo nos perigos, minha guia na vida e minha consolação na hora da morte. Amém. Nossa Senhora do Carmo, advogado dos pecadores mais abandonados, rogai pela alma do pecador mais abandonado do mundo. Ó Senhora, rogai por nós que recorremos a vós.'
MARTIROLÓGIO ROMANO
15/07
1. Nossa Senhora do Carmo, que evoca o monte Carmelo, onde o profeta Elias reconduziu o povo de Israel ao culto do Deus vivo e, mais tarde, ali se retiraram alguns eremitas à procura de solidão, constituindo uma ordem de vida contemplativa sob o patrocínio da Santa Mãe de Deus.
2. Em Anastasiópolis, na Galácia, na hodierna Turquia, Santo Antíoco, mártir, irmão de São Platão.
(† s. III-IV)
3. Em Sebaste, na antiga Arménia, hoje Sivas, na Turquia, Santo Atenógenes, corepíscopo e mártir, que deixou aos discípulos um hino sobre a divindade do Espírito Santo e morreu queimado vivo por Cristo.
(† c. 305)
4*. Em Jersey, ilha do Mar do Norte, Santo Helério, eremita, que, segundo a tradição, sofreu o martírio às mãos de piratas.
(† s. VI)
5*. Em Maastricht, no Brabante, região da Austrásia, atualmente na Holanda, os santos Monulfo e Gondulfo, bispos.
(† s. VI/VII)
6. Em Saintes, no Hainaut, na atual França, os santos mártires Reinilde, virgem, Grimoaldo e Gondulfo, que, segundo a tradição sofreram o martírio às mãos de salteadores.
(† c. 680)
7. Em Córdova, na Andaluzia, região da Espanha, São Sisenando, diácono e mártir, que foi degolado pelos Mouros por causa da sua fé em Cristo.
(† 851)
8*. No mosteiro de Chiemsee, na Baviera, região da atual Alemanha, a Beata Irmengarda, abadessa, que, desde tenra idade abandonou o fausto do palácio real e se entregou ao serviço de Deus, levando consigo muitas companheiras virgens para seguirem o Cordeiro.
(† 866)
9*. A paixão do Beato Simão da Costa, religioso da Companhia de Jesus e o último dos mártires da nau «São Tiago», que na véspera deste dia foram assassinados em ódio à Igreja.
(† 1570)
10*. Em Viana do Castelo, no mosteiro da Santa Cruz, em Portugal, o Beato Bartolomeu dos Mártires, bispo de Braga, cuja memória em Portugal se celebra no dia dezoito deste mês.
(† 1590)
11*. Em Warwich, na Inglaterra, os beatos João Sugar, presbítero, e Roberto Grissold, mártires, que foram condenados à morte no reinado de Jaime I – o primeiro por ter entrado na Inglaterra como sacerdote, o segundo por tê-lo ajudado – e, atormentados com duros suplícios, alcançaram a palma do martírio.
(† 1604)
12*. Em Cunhaú, cidade próxima de Natal, no Brasil, os beatos André de Soveral, presbítero da Companhia de Jesus, e Domingos Carvalho, mártires, que durante a celebração da Missa com um numeroso grupo de fiéis, foram dolosamente retidos na igreja e barbaramente assassinados.
(† 1645)
13*. Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, os beatos Nicolau Savouret, da Ordem dos Frades Menores Conventuais, e Cláudio Béguignot, da Ordem Cartusiana, que, durante a Revolução Francesa, encarcerados na sórdida galera em ódio ao seu sacerdócio, pereceram consumidos pela enfermidade.
(† 1794)
14*. Em Orange, na França, as beatas Amada de Jesus (Maria Rosa de Gordon) e seis companheiras[1], virgens e mártires, que, na mesma revolução, tendo-se recusado a abandonar a vida religiosa, foram condenadas à morte e receberam com alegria a palma do martírio.
[1] São estes os seus nomes: Maria de Jesus (Margarida Teresa Charansol), São Joaquim (Maria Ana Béguin-Royal), São Miguel (Maria Ana Doux), Santo André (Maria Rosa Laye), Doroteia do Coração de Maria (Doroteia Madalena Júlia de Justamond) e Madalena do Santíssimo Sacramento (Madalena Francisca de Justamont).
(† 1794)
15. No território de Saint-Sauveur-le-Vicomte, na Normandia, região da França, Santa Maria Madalena Postel, virgem, que, na mesma perseguição, perante a expulsão dos sacerdotes, prestou todo o género de auxílio aos enfermos e aos fiéis e, estabelecida a paz, fundou a Congregação das Filhas da Misericórdia para a formação cristã das meninas pobres.
(† 1846)
16. Em Lujiapo, localidade próxima de Qinghe, no Hebei, província da China, os santos Lang Yangzhi, catecúmena, e Paulo Lang Fu, seu filho, mártires, que, durante a perseguição dos «Yihetuan», porque a mãe se declarou cristã, consumaram o martírio por Cristo na sua casa devorada pelas chamas.
(† 1900)
17. Em Zhangjiaji, localidade próxima de Ningjin, também no Hebei, Santa Teresa Zhang Hezhi, mártir, que, na mesma perseguição, foi levada ao pagode dos pagãos e, recusando-se a prestar culto aos ídolos do lugar, foi trespassada pela lança com os seus dois filhos.