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O Ter sobre o Ser
“O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”
(1Tm 6,10)
Com essa briga pelo poder, não podemos descartar aqui uma prévia sobre o dinheiro, sobre o ter, sobre o poder do dinheiro e ao mesmo tempo, sobre a maldição que este, muitas vezes, assola sobre uma má estruturação de domínio do dinheiro sobre a sua vida.
Na realidade é a briga dos seres humanos em busca deste velho “fio metal”, o dinheiro por excelência. As escrituras estão recheadas de passagem que falam sobre o dinheiro, 2.085 vezes cita-se a questão do dinheiro. Estudos comprovam que 50% das parábolas de Jesus Cristo encontra-se citações de dinheiro.
Vidas são ceifadas por conta do dinheiro, furtos e roubos são realizados pelo dinheiro e o interessante é que diante de tudo isto não se muda aquela velha máxima, “a medida do ter nunca enche”, o homem sempre quer mais, e quanto mais dinheiro mais o homem clama e mais vazio existencial este mesmo traz para si.
O dinheiro não é tudo na vida de um homem e quando falamos de crise, já nos vem de imediato, crise financeira, finanças, dinheiro, o que nos move, o que nos escraviza e o que parece determinar o rol de nossas vidas.
Alienamo-nos, deixando-nos tomar pela vaidade que o dinheiro nos traz, a corrupção, a ganância, o poder através do dinheiro, a satisfação meramente material. O status de ter é cada vez mais forte no indivíduo, e com isto nos esquecemos do ser, na realidade esquecemos o que somos. Chegamos a um determinado nível de valores que o indivíduo vale pelo que tem, pelo ter, pouco nos importa a questão do ser.
O ser humano nunca esta contente, satisfeito, realizado, ele sempre quer mais e mais, é natural do ser. Somos cada vez mais materialistas, consumistas, imediatistas e fazemos com isto parte do rol do consumo desenfreado, da futilidade, do consumo sem nexo, simplesmente estamos nos robotizando pelo consumismo do capital.
Nem sempre aquilo que compramos faz parte do que estamos necessitando. Nem sempre o ter faz parte do que precisamos em determinado momento da nossa vida e aí, acabamos entrando no rol do consumo bestial, sem nexo, simplesmente nos vemos consumindo porque a sociedade e os demais meios de comunicação nos impulsionam ao mundo do consumismo.
O que temos, quais os nossos bens materiais? Somos importantes pelo que temos ou por aquilo que somos enquanto pessoa, enquanto ser? A sociedade de uma forma geral tende a valorizar o ser sobre o ter ou o ter sobre o ser? Estamos vivenciando cada vez mais uma briga de interesses de valores essencialmente do ter sobre o ser. O que eu, você temos para oferecer, não de forma espiritual mais materialmente falando, quais são as nossas posses? Estamos felizes pelo que conquistamos até agora, ou temos muito ainda por conquistar? Estamos felizes ou infelizes por não realizarmos tudo que desejamos?
As relações tendem a ser cada vez mais voltadas ao princípio do ter, da nossa posição social, das nossas riquezas, dos valores materiais que são cada vez mais forte em nossa sociedade, dos nossos bens constituídos, das nossas riquezas, da expressão de nossas contas bancarias, das ações aplicadas nas bolsas de valores,em fim.
O indivíduo se projeta cada vez mais sobre a filosofia do ter, do capital, de possuir, do constituir riquezas. Nada contra o ter, nada contra conseguir riquezas, nada contra ascender socialmente, pois somos merecedores ao atingir algo sobre o nosso esforço. Você fez por onde, batalhou, estudou, colocou como meta na sua vida, saiu da margem da pobreza, da miséria, você fez a diferença diante de sua família dos amigos, você se destacou perante os demais, você é um vencedor. Mas, saiba que antes de tudo, Deus esteve presente na sua vida, para que tudo isto acontecesse, não se esqueça de agradecer ao Senhor por todas as suas conquistas.
Portanto, nada contra o vencer materialmente, economicamente, possuidor de bens materiais, adquirir riquezas e contemplar esta vitória de conquistas e esforço.
Agora você é um homem rico, tem muitas posses, fazenda, casa de praia, sítios, uma fortuna calculada num valor expressivo, você lutou por isso, nada contra o que você alcançou com tanta dedicação e renúncia para chegar onde você almejou chegar, parabéns, você realmente merece, você plantou para colher, mas nunca esqueça de agradecer a Deus.
Hoje você tem a oportunidade de realizar o seu sonho, viajar para a Europa, para os Estados Unidos, fazer uma grande viagem sobre um cruzeiro, seus sonhos são verdadeiramente realizados, você fez a sua história virar realidade, você não ficou simplesmente sobre um sonho, uma utopia, numa fantasia qualquer.
Você hoje é uma pessoa que se diz realizada, tem tudo de bom e do melhor que o dinheiro pode propiciar, mas e você? Você está feliz? Você já parou para refletir? Tanta luta, tanto esforço, como você está hoje? Como está o seu mundo? Como está a sua vida? Você está feliz? Você mudou enquanto pessoa, tornou-se egoísta, mesquinha, ou você gosta de ajudar ao próximo? Como se encontra o seu ser, o seu eu? Nada contra a conquista material, nada contra melhorar de vida, a sua vida de uma forma geral no que diz respeito a satisfação econômica. Mas como você está, o seu ser, quem é você? O que mudou verdadeiramente na sua vida, você é uma pessoa feliz, você está feliz? Você é uma pessoa realizada? Você tem procurado a Deus, você tem tido momento para com Ele ou você se esqueceu do Senhor? Como está o seu relacionamento com o criador? Hoje você é uma pessoa de posses, rica, e aí? Você tem ajudado ao próximo, você tem tido momentos para se doar para aqueles menos favorecidos economicamente? Você tem tirado algum momento da tua vida para ajudar alguma instituição filantrópica, para ajudar alguém em particular que muito necessita? Você ajuda ao próximo? Você tem tirado algum momento na sua vida para orar para Deus? Você é uma pessoa feliz? O que é a felicidade para você? Quais são os parâmetros de felicidade pra você? Ou você é uma pessoa triste, vazia, algo te falta? Algo tem faltado na sua vida? Você se sente uma pessoa preenchida ou depressiva? Qual é o sentido da tua vida, qual é o sentido de viver para você?
Nem sempre as coisas materiais nos preenchem, elas podem nos dá muitas vezes uma falsa alegria, um paliativo, um momento de felicidade que é passageiro, que é efêmero, que simplesmente passa, que faz parte apenas de um momento. Se nós não estivermos em sintonia com o Senhor, se nós não tivermos este contato maravilhoso com Deus, sem sombra de dúvidas a nossa felicidade jamais poderá ser plena, preenchida, cheia de unção, de alegria, de satisfação sobre as nossas almas, de uma satisfação pessoal que é naturalmente comungada com a glória de Deus e sobre suas conquistas.
Tem-se que ter com isto uma busca de equilíbrio material e espiritual, do ter com o ser. De uma satisfação pessoal concatenada a uma felicidade não só da satisfação dos bens que podem propiciar esta satisfação, este conforto, esta realização, este saciar de vitória e conquista, mas um equilíbrio com a palavra do Senhor,com as escrituras. A palavra de Deus por excelência.
Estamos vivendo em uma sociedade que prima cada vez mais pelo ter, pela coisa material, que pelo ser. Nossa sociedade vigente traz como bojo a questão dos valores essencialmente materiais, o ter. O status social, a riqueza que paira a sociedade de uma forma geral, o local onde você mora, a localização do seu bairro, a sua cidade, o seu prédio, a sua casa, o seu carro, traz o perfil do cidadão sobre a camada de uma sociedade econômica estável e que somente aqueles que possuem bens materiais economicamente estáveis fazem parte deste rotulo de uma sociedade de status.
O ter o rotula, determina-o, seduz-lo a algo, traz-lo uma falsa impressão de felicidade e mais que isso, a medida do ter nunca enche, nada contra o ter, mas como nós nos deparamos diante da possibilidade de ter? Como poderemos vir a nos comportar diante do ter, pois o ter nos remete a algo que muitos almejam, o poder. Nada contra o poder, contra o ter, pois ele é bom, o problema é se estamos preparados para receber, para gerenciar, para comandar, para estar sobre o mando, para sermos verdadeiros líderes.
Muitas pessoas acreditam que o poder só está relacionado com a posse, mas que isso, o poder está ligado através de vários outros segmentos, como o poder paterno, o chefe da família, o ato de gerenciar uma empresa, um cargo de confiança, o poder através do conhecimento.
É sabido que quem detém o conhecimento, detém o poder. Portanto, estamos diante do ter, do poder. Quantas pessoas projetam as suas vida sobre uma realização meramente material, quantos projetas as suas vidas em construir riquezas, verdadeiros palácios, construir obras faraônicas sobre as suas vidas, muitas vezes por uma mera vaidade, uma necessidade de aparecer, de ser lembrado, de ser visto, de ser citado.
Quantas pessoas no início de carreira, sentem uma necessidade enorme de aparecer, de ter poder, de ser reconhecido, e infelizmente, por conta de uma ganância, estas pessoas simplesmente fazem de tudo para crescer rapidamente e de uma forma ou de outra aparecer, mostrando que tem poder, que são poderosas, que estão na mídia, que são importantes, sim e aí? E o seu ser fica naturalmente em segundo plano, os seus valores constituídos enquanto pessoa não são tão expressivos quanto o ter?
Esta é a sociedade que vivemos , sociedade do consumo, do ter , do possuir riquezas. Os valores, portanto, têm um cunho de materialidade do que de espiritualidade. Se estivermos sobre a gloria e a graça de Deus, estamos naturalmente diante de uma riqueza maior. A sua palavra, as suas lições graça, de paz e felicidade.
Quando entendermos a essência da palavra do Senhor sem sombra de dúvidas, os nossos valores serão outros, os nossos interesses não se limitaram a uma busca de riqueza material mais a um equilíbrio de espiritualidade e materialidade. Encontramos este exemplo em um grande ícone das sagradas escrituras que se chama Jó. Ele conseguiu o equilíbrio entre o ter e o ser, quando perdeu tudo o que possuía, o ter o manteve de pé, firme em suas convicções.