top of page
  • Carlos Moioli (moioli@arquidiocese.org.br)

Cônego Geraldo Barcelos de Lima

Atualizado: 8 de dez. de 2022


Faltam informações sobre o Cônego Geraldo. Quanto tomou posse e outra mais. Se souberem, ajudem.

Cônego Geraldo nasceu em 12/jun/1938.


O pároco da pequena cidade de Tiros, situada no Triângulo Mineiro, foi obrigado a jantar e pernoitar na casa da família de José Martins de Barcelos e Ana Rosa de Lima, por causa da forte chuva que caiu no dia em que foi visitar os fiéis da zona rural.


“O que você vai ser quando crescer?”, perguntou o padre José Coelho, num bate-papo descontraído, ao pequeno Geraldo, de apenas quatro anos de idade.


“Vou ser padre”, respondeu prontamente. A mãe, que sempre fez questão de colocar a religião como prioridade na formação de seus 14 filhos, ficou muito contente com a resposta. “Meu padrezinho”, dizia ela.


Com o incentivo da mãe, o desejo de ser padre foi constante. Até nas brincadeiras de criança, tinha o costume de subir em latas ou em mourão de cerca para fazer pregações ou rezar com seus amigos de infância.


A vocação ganhava impulso quando participava da missa. Era um sacrifício, mas todos iam com alegria para a cidade. A família reunida tinha que caminhar 10 quilômetros para chegar até a Paróquia Santo Antônio de Tiros.


A falta de comunicação atrapalhou a entrada do menino Geraldo, já com 10 anos, no seminário de sua diocese. O bispo de Luz (MG) não quis aceitá-lo porque já tinha se iniciado o ano letivo.


O destino estava traçado. Quando Deus quer, tudo pode acontecer. “Vamos para o Rio de Janeiro”, convidou sua madrinha de batismo, Generosa Bomtempo. Ela iria acompanhar seis meninas para ingressarem na mesma congregação de uma de sua irmã Luzia, a São José de Chambéry.


No mês de maio do Ano Santo de 1950, o menino Geraldo chegava ao Rio de Janeiro. Era uma noite nublada, mas ele pôde ver nitidamente o Cristo Redentor, todo iluminado no alto do Corcovado. Sujo de fuligem, a visão do céu foi uma recompensa pela dura e longa viagem no trem puxado pela locomotiva Maria Fumaça, vinda de São Gotardo (MG).


No telegrama quase ilegível que respondia ao pedido de ingresso no seminário do Rio, o então arcebispo Dom Jaime de Barros Câmara dizia que “receberia o menino no fim”. Não era o fim do dia, como se imaginava, mas o fim do ano. Mesmo assim, o reitor o aceitou, depois de fazer testes e impor condições para a admissão definitiva.


Dando provas que seu ideal era o sacerdócio, começou os estudos no Seminário Menor em 1951, ali concluindo o ginásio e o clássico. Depois de cursar Filosofia e seis meses de Teologia no Seminário São José, ganhou uma das três bolsas de estudos doadas ao Brasil. Era o tempo do Concílio Vaticano II. O menino que nasceu e chegou a trabalhar na roça agora seguia para o Canadá, na cidade de Rimouski, para concluir seus estudos acadêmicos.


Quando voltou ao Rio de Janeiro, foi imediatamente ordenado sacerdote, em 29 de junho de 1964, na Paróquia Nossa Senhora das Dores, no Rio Comprido. As dificuldades da época, com as mudanças definidas pelo Concílio, não impediram o jovem padre de 25 anos de desempenhar bem seu ministério.


“Ser sacerdote é você se doar. É você sentir que foi retirado do meio dos homens e estar a serviço deles. É aquilo que está na Escritura Sagrada. E isso enche de alegria a vida da gente. Ser padre é um caminho de santidade, é um caminho de vida, é um caminho bom, gostoso e que dá muito alegria”, disse cônego Geraldo.


No primeiro ano de sacerdócio, começou a fazer parte da comunidade Iesus Charitas, para viver a espiritualidade do beato francês Charles de Foucauld.


“Procurei viver sua espiritualidade cada dia da minha vida, no entranhado amor por Jesus de Nazaré. Aproveitando a revisão de vida, na certeza da oportunidade de ser perdoado, de amar mais a Deus”, disse.


Inicialmente foi coadjutor na Paróquia Santa Rosa de Lima, no Jardim América; depois professor no Seminário Menor da arquidiocese.


“Ninguém escolhe ser padre. O chamado é de Deus. Já fui professor de seminário e tenho dois seminaristas da paróquia que estão se encaminhando para o sacerdócio. Sempre ensino que é preciso ter confiança. É preciso colocar a mão na mão de Deus e seguir. Não olhe para o lado, não olhe para cima, não olhe para baixo, confie que Ele faz o resto”, aconselhou.


Na Paróquia Santa Sofia, em Vila Cosmos, permaneceu como pároco por 11 anos, ampliando a matriz, construindo capelas e atendendo às necessidades espirituais e materiais do povo, numa época em que chegavam muita gente do centro da cidade.


Trabalhou por quatro anos como pároco da nossa paróquia e, por último, desde 1981, como pároco na Paróquia Nossa Senhora do Bonsucesso, em Bonsucesso, na Zona Norte da cidade.


“Também reformei e ampliei a matriz, e tive que construir prédios para as urgências pastorais da paróquia. Porém, minha maior alegria foi servir o povo em suas necessidades, de ensinar o amor e o perdão de Deus.


“Nosso Deus e Pai é maravilhoso. Ele criou o mundo não por orgulho, mas porque quis dar um pouco de si mesmo. Assim, acabou dando muito, que foi o seu filho. Jesus veio resgatar o mundo, e deixou o Paráclito. A missão dele é espalhar o amor de Deus. Inspirado no amor do próprio Deus, agora é a nossa hora de anunciar esse amor”, exortou.

Jubileu


No dia 29 de junho de 2014, o Cônego Geraldo completou 50 anos de sacerdócio, inteiramente dedicados a Deus, no serviço à Igreja, aos irmãos, como zeloso pastor.


“Um tempo de riqueza que não vem do mundo, vem de Deus. A riqueza do mundo é para as necessidades, é para se locomover, se vestir, se alimentar. A riqueza de Deus é muito maior. Ela é uma promessa de que existe algo depois desse mundo. É o que diz a canção do padre José Alves: ‘Lembrar com alegria que além, muito além, à espera de mim existe alguém’. Ainda estou combatendo o bom combate, na esperança de um dia receber a recompensa, se Deus assim quiser e permitir.”


221 visualizações
Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page