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Foto do escritorSérgio Fadul / Franciscanos

São Vicente de Lérins



As notícias que temos sobre o religioso Vicente são poucas. Ele viveu no mosteiro de Lérins, onde foi ordenado sacerdote no século V. Os dados sobre sua vida antes desse período também não são muitos. Tudo indica que ele era um soldado do exército romano e que sua origem seria o norte da França, hoje território da Bélgica.


Alguns registros encontrados em Lérins, escritos por ele mesmo, induzem a crer que seu irmão seria o bispo de Troyes. E ele decidira abandonar a vida desregrada e combativa do exército para “espantar a banalidade e a soberba de sua vida e para dedicar-se somente a Deus na humildade cristã”. Vicente, então, optou pela vida monástica e nela despontou como teólogo e escritor famoso, grande reformador do mosteiro de Lérins.


Ingressou nesse mosteiro, fundado por santo Honorato, na ilha francesa localizada defronte a Cannes, já em idade avançada. Ali se ordenou sacerdote e foi eleito abade, pela retidão de caráter e austeridade de vida religiosa.


Transformou o local num florescente centro de cultura e de espiritualidade, verdadeiro celeiro de bispos e santos para a Igreja. Em 434, escreveu sua obra mais famosa, o “Comnitorium”, também conhecido como “manual de advertência aos hereges”. Mais tarde, são Roberto Belarmino definiu essa obra como “um livro de ouro”, porque estabelece alguns critérios básicos para viver integralmente a mensagem evangélica.


Profundo conhecedor das Sagradas Escrituras e dotado de uma grande cultura humanística, os seus escritos são notáveis pelo vigor e estilo apurado, e pela clareza e precisão de pensamento. As obras possuem grande relevância contra a doutrina herética, e outros textos cristológicos e trinitários. Sua obra, em especial a “Advertência aos hereges” teve uma grande difusão e repercussão, atingindo os nossos dias.


Enaltecido pelos católicos e protestantes, porque traz toda a doutrina dos Padres analisadas nas fontes da fé cristã e todos os critérios da doutrina ortodoxa, Vicente era um grande polemista, respeitado até mesmo por são Jerônimo, futuro doutor da Igreja, seu contemporâneo. Os dois travaram grandes debates através de uma rica corresponderia, trazendo luz sobre muitas divergências doutrinais.


Vicente de Lérins teve seu reconhecimento exaltado pelo próprio antagonista, que fez questão de incluí-lo num capítulo da sua famosa obra “Homens ilustres”. Morreu no mosteiro no ano 450. A Igreja católica dedica o dia 24 de maio a são Vicente de Lérins, celebrado na mesma data também no Oriente.


São Vicente de Lérins, rogai por nós!



MARTIROLÓGIO ROMANO

24/05


1. Comemoração de São Mánaen, irmão colaço do tetrarca Herodes, que foi doutor e profeta na Igreja de Antioquia, sob a graça do Novo Testamento.


2. Comemoração da Beata Joana, esposa de Cuza, procurador de Herodes, que, juntamente com outras mulheres, serviam Jesus e os Apóstolos conforme as suas possibilidades e no dia da Ressurreição do Senhor encontrou a pedra do túmulo removida e foi anunciá-lo aos discípulos.


3. Em Listra, na Licaónia, na atual Turquia, São Zoelo, mártir.

(† s. II)


4. Em Trieste, na Ístria, hoje no Friúli-Venézia Giúlia, região da Itália, São Sérvulo, mártir.

(† data inc.)


5. Em Nantes, na Gália Lionense, atualmente na França, os santos irmãos Donaciano e Rogaciano, mártires, dos quais, segundo a tradição, o primeiro tinha recebido o Baptismo, enquanto o segundo ainda era catecúmeno; na hora extrema do combate, Donaciano beijou o irmão e orou a Deus para que ele, que não tinha podido tingir-se na sagrada fonte baptismal, merecesse ser aspergido na corrente do seu sangue.

(† c. 304)


6. Comemoração dos santos trinta e oito mártires, que, segundo a tradição, foram decapitados em Filipópolis, na Trácia, hoje Plovdiv, na actual Bulgária, no tempo de Diocleciano e Maximiniano.

(† c. 304)


7. No mosteiro de Lérins, na Provença, atualmente na França, São Vicente, presbítero e monge, muito ilustre pela doutrina cristã e santidade de vida e diligentemente dedicado ao progresso das almas na fé.

(† c. 450)


8. No monte Admirável, na Síria, São Simeão Estilita o Jovem, presbítero e anacoreta, que viveu sobre uma coluna em união com Cristo, compôs vários tratados sobre a vida ascética e foi dotado de grandes dons carismáticos.

(† 592)


9*. Em Piacenza, na Emília-Romanha, região da Itália, o Beato Filipe, da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, que, para mais severamente se mortificar na carne, usava uma couraça de ferro.

(† 1306)


10*. Em Marrocos, o Beato João de Prado, presbítero da Ordem dos Frades Menores e mártir, que foi enviado para a África, a fim de prestar auxílio espiritual aos cristãos reduzidos à escravidão nos reinos dos infiéis; mas tendo sido preso, confessou vigorosamente a sua fé em Cristo perante o tirano Molay al-Walid, por ordem do qual sofreu o martírio na fogueira.

(† 1631)


11. Em Seul, na Coreia, os santos mártires Agostinho Yi Kwang-hon, em cuja casa se lia a Sagrada Escritura, Águeda Kim A-gi, mãe de família, que recebeu o Baptismo no cárcere, e sete companheiros[1], que foram todos degolados pela sua fé em Cristo.

[1] São estes os seus nomes: Damião Nam Myong-hyog, catequista; Madalena Kim O-bi, Bárbara Han A-gi, Ana Pak A-gi, Águeda Yi So-sa, Lúcia Pak Hui-sun, Pedro Kwon Tu-gin.

(† 1839)

12. Em Saint-Hyacinte, cidade do Canadá, o Beato Luís Zeferino Moreau, bispo, que, nas suas múltiplas atividades pastorais, tinha sempre a intenção de sentir-se ardentemente unido com a Igreja.

(† 1901)

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