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  • Foto do escritorSérgio Fadul / Paullus

São Pedro Crisólogo


Se, por um lado, uma tenaz proliferação de heresia, nos séculos IV e V, tardou a evangelização do mundo pagão, por outro lado, suscitou grandes figuras de pastores, teólogos, escritores e pregadores, que com sua inteligência souberam tornar mais consciente e vívida a fé entre os cristãos. A catequese sistemática, a homilia e o sermão ofereciam exposição clara e sólida da ortodoxia. Houve também as primeiras tentativas de construção teológica não de pura especulação. Em particular o bispo de Ravena, Pedro (nascido em Ímola em 380), mereceu o apelido de Crisólogo, isto é, palavra de ouro, por ser autor de estupendos sermões, ricos de doutrina, que lhe deram também o título de doutor da Igreja, decretado em 1729 por Bento XIII.


Temos dele 176 homilias de cunho popular, muito expressivas, nas quais explica o evangelho, o creio, o pai-nosso, ou são sugestões de exemplos de santos a imitar, ou exaltação das virtudes do verdadeiro cristão. Numa homilia define o avarento como escravo do dinheiro, mas o dinheiro — acrescenta — é o escravo do misericordioso. É fácil entender o significado desta prédica. Eleito bispo de Ravena em 424, Pedro Crisólogo mostrou-se logo bom pastor, prudente e sem ambiguidades doutrinais. Humildes e poderosos escutava-os ele com igual condescendência e caridade. A imperatriz Gala Placídia o teve como conselheiro e amigo.


A autoridade do bispo Pedro de Ravena era reconhecida em largo raio da Igreja. A ele se dirigiu, por carta, o protagonista de outra disputa importante no campo doutrinal, Eutíquio, arquimandrita do mosteiro de Constantinopla. Pedia-lhe seu parecer a respeito da questão monofisita (em Cristo uma só natureza), na véspera do concílio de Calcedônia. Pedro respondeu-lhe que seria melhor ele dirigir-se ao papa Leão, pois “no interesse da paz e da fé não podemos discutir sobre questões relativas à fé sem o consentimento do bispo de Roma”.


Às feridas do Império romano (dividido no seu interior e espremido por fora pelas migrações dos bárbaros), uniam-se as contestações da Igreja de Constantinopla, que queria disputar com Roma o primado hierárquico. Neste momento histórico a resposta dada pelo metropolita de Ravena a Eutíquio tem o sentido de explícita profissão de fé. O santo morreu em Ímola, a 31 de julho de 451, segundo outros, a 3 de dezembro de 450.


São Pedro Crisólogo, rogai por nós!



MARTIROLÓGIO ROMANO

30/07


1. São Pedro Crisólogo, bispo de Ravena e doutor da Igreja, que, tendo recebido o nome do santo Apóstolo, o imitou tão perfeitamente no seu ministério, que conseguiu atrair as populações à fé com a rede da sua doutrina celeste e as saciou com a suavidade da sua divina eloquência. A sua morte sucedeu no dia trinta e um deste mês, em Ímola, na Flamínia, atual Emília Romanha, região da Itália.

(† c. 450)


2. Em Roma, no cemitério de Ponciano, junto à Via Portuense, os santos Abdon e Sénen, mártires.

(† c. s. III)


3. Em Cesareia da Capadócia, hoje Kayseri, na Turquia, Santa Julieta, mártir, que, por ter recusado inquebrantavelmente oferecer incenso aos ídolos, como lhe ordenava o juiz, foi lançada ao fogo.

(† c. 303)


4. Em Tuburbo, na África Proconsular, na atual Tunísia, as santas Máxima, Donatila e Segunda, virgens e mártires. As primeiras duas, durante a perseguição do imperador Diocleciano, recusaram sem temor a ordem imperial de sacrificar aos ídolos e, por sentença do procônsul, juntamente com a jovem Secunda, foram lançadas às feras e finalmente degoladas.

(† 304)


5. Em Auxerre, na Gália Lionense, na atual França, Santo Urso, bispo.

(† s. VI)


6*. Em Gistel, na Flandres, hoje na Bélgica, Santa Godeleva, mártir, que, casada com o senhor local, foi muito maltratada pelo esposo e sua sogra e finalmente estrangulada por dois servos.

(† c. 1070)


7*. Em Caleruega, localidade de Castela, região da Espanha, a comemoração do Beato Manés de Guzman, presbítero, irmão de São Domingos, seu colaborador na expansão da Ordem dos Pregadores e prudente conselheiro das monjas.

(† c. 1235)


8*. Em Londres, na Inglaterra, os beatos Eduardo Powell, Ricardo Featherstone e Tomás Abel, presbíteros e mártires, que, na qualidade de doutores em sagrada teologia, se opuseram ao divórcio requerido pelo rei Henrique VIII e perseveraram tenazmente na sua fidelidade ao Romano Pontífice; por isso, depois de estarem detidos na Torre de Londres, foram enforcados em Smithfield.

(† 1540)


9. Em Daying, próximo de Zaoqiang, cidade do Hebei, na China, São José Yuan Gengyin, mártir, um negociante no mercado local, que, durante a perseguição desencadeada pelos “Yihetuan”, morreu pelo nome de Cristo.

(† 1900)


10*. Em Calafell, localidade próxima de Tarragona, no litoral da Espanha, os beatos mártires Bráulio Maria Corres Díaz de Cério (Paulo), presbítero, e catorze companheiros[1], todos da Ordem de São João de Deus, que, capturados durante a perseguição contra os religiosos, perdoando aos inimigos, mereceram a felicíssima coroa do martírio.

[1] São estes os seus nomes: Julião Carrasquer Fós (Miguel), Eusébio Forcades Ferraté (António), Constante Roca Huguet (Saturnino), Bento José Labre Mañoso González (Arsénio), Vicente de Paulo Canelles Vives, religiosos; Tomás Urdañoz Aldaz, Rafael Flamarique Salinas, António Llauradó Parísi, Manuel Lopez Orbara, Inácio Tejero Molina, Henrique Beltran Llorca, Domingos Pitarch Gurrea, António Sanchis Silvestre e Manuel Jiménez Salado, noviços.

(† 1936)


11*. Em Castelserás, localidade próxima de Teruel, também na Espanha, os beatos mártires José Maria Muro Sanmiguel, presbítero, Joaquim Prats Baltueña, religioso, ambos da Ordem dos Pregadores, e Zósimo Izquierdo Gil, presbítero, que, durante a mesma perseguição contra a fé, morrendo por Cristo alcançaram a coroa de glória.

(† 1936)


12*. Em Barcelona, também na Espanha, o Beato Sérgio Cid Pazo, presbítero da Sociedade Salesiana, que, durante a mesma perseguição, morreu por causa do seu corajoso testemunho da fé.

(† 1936)


13♦. Também em Barcelona, o Beato Caetano José (Raimundo Palos Gascón), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir, que padeceu o martírio durante a mesma perseguição contra a fé cristã.

(† 1936)


14♦. Em Cabañas de la Sagra, próximo de Toledo, também na Espanha, os beatos José Maria de Nossa Senhora das Dores (Vicente José Álamo Jiménez) e Constâncio de São José (José Mata Luís), religiosos da Ordem dos Carmelitas Descalços e mártires, que, durante a mesma perseguição religiosa, com o seu martírio seguiram os passos de Cristo.

(† 1936)


15♦. Em Toledo, também na Espanha, o Beato Ricardo Plá Espli, presbítero da diocese de Toledo e mártir, que morreu como vítima por Cristo na mesma perseguição contra a fé cristã.

(† 1936)


16. Em Pádua, na Itália, São Leopoldo (Bogdan) de Castronovo Mandic, presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, que viveu ardentemente o ideal da unidade dos cristãos e dedicou toda a vida ao ministério da reconciliação.

(† 1942)


17*. Em Guadalajara, no México, a Beata Maria Vicenta de Santa Doroteia (Doroteia Chávez Orozco), virgem, fundadora do Instituto das Servas dos Pobres e, cheia de confiança só em Deus e no auxílio da Providência, deu admirável testemunho da bondade e dedicação para com os aflitos e os pobres.

(† 1949)


18. Também no México, a Beata Maria de Jesus Sacramentado (Maria da Natividade Venegas de la Torre), virgem, que durante cinquenta e quatro anos se dedicou ao cuidado dos enfermos num pequeno hospital para pobres, onde fundou a Congregação das Filhas do Sagrado Coração de Jesus.

(† 1959)

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