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  • Sérgio Fadul - Franciscanos.org

Sete Fundadores da Ordem Servita


Nos princípios do século 13 viviam em Florença sete fidalgos, igualmente distintos pela riqueza, pela posição social e pela piedade, mas principalmente pela devoção extraordinária que tinham a Nossa Senhora. Seus nomes eram: Bonfílio Monáldio, Bonajuncta, Manetto Antellense, Amidéo, Ugúccio, Sosteneo e Aleixo Falconieri.


O povo italiano, devido a uma política mal orientada, achava-se dividido em muitos partidos que se odiavam e perseguiam. Destes sete nobres cidadãos, Deus se serviu para, no meio de uma sociedade dilacerada pelo fanatismo e pelo ódio, estabelecer exemplos vivos de caridade e verdadeira fraternidade. Quando, no dia 15 de agosto de 1233 todos se achavam reunidos em fervorosas orações, a cada um Maria Santíssima apareceu exortando-os a abraçarem um gênero de vida mais perfeito. Fizeram comunicação disto ao Bispo. Trocaram sua vestimenta de nobres com um hábito pobre, usando ainda um cilício por cima e foram residir numa casa de campo, formando assim uma santa comunidade.


Escolheram para este seu passo o dia da natividade de Maria Santíssima. Pouco tempo passara, o povo florentino viu-se diante o espetáculo de ver estes mesmos homens andar de porta em porta pedir esmolas. A atitude dos homens, de fidalgos que ontem foram, se transformar em mendigos, causou sensação. Censurados por uns, ridicularizados por outros, pela, maioria porém, admirados e reverenciados, tiveram uma prova da beneplacência divina, quando inesperadamente, com estupefação de todos que presenciaram a cena, vozes de crianças os aclamaram, dizendo: “Eis os Servos de Maria!” Entre estas crianças se achava São Felipe Benício, que contava apenas e 5 meses de idade. O nome que as crianças, por inspiração divina lhes deram, lhes ficou para sempre.


Como a sua residência se tornasse alvo de verdadeiras romarias e assim não pudessem levar a vida de solidão, de penitência, oração e meditação que a Deus tinham prometido, retiraram-se para o monte Senário, quatro léguas distante de Florença. No ermo daquela região se entregaram aos exercícios da mais rigorosa penitência e por assunto quase único e predileto das suas meditações tomaram a Paixão de Nosso Senhor e as Dores de sua Mãe Santíssima.


À Santa Sé pediram se dignasse dar-lhes uma Regra escrita. Em fervorosas orações se dirigiram a Jesus e Maria recomendando à sua Providência e ao amor esta importante causa. Foram atendidos de uma maneira maravilhosamente encantadora. Na madrugada de 28 de fevereiro de 1239 – que era a terceira dominga da quaresma, apresentou-se-lhes a sua vinha, havia pouco plantada, em toda pujança, toda verde, as parreiras carregadas de cachos de uvas maduras, quando os campos e as montanhas da redondeza se achavam cobertas de gelo e neve.


Sua admiração diante deste milagre cresceu ainda, quando o Bispo, a quem relataram o fenômeno, lhes disse que ele, na mesma noite em sonho tinha visto uma parreira viçosa com sete galhos, cada um trazendo sete cachos; e a Maria ouvira dizer que esta parreira iria crescer ainda. A interpretação que o Prelado deu a este seu extraordinário sonho, foi, ser da vontade de Deus e de Nossa Senhora, a Ordem se estender, e os “Servos de Maria” não continuar na atitude de negar admissão, a quem se lhes quisesse associar. Os santos homens prometeram se conformar com este alvitre e aceitar candidatos.


Na noite de Sexta-feira Santa viram-se diante de um outro milagre. Maria Santíssima apareceu aos seus Servos, vestida de pesado luto. Em sua companhia viram anjos, dos quais alguns com instrumentos martirizantes da Sagrada Paixão e Morte de Jesus, outro com o livro aberto da Regra de Santo Agostinho, e ainda outro com o título escrito em ouro: “Servos de Maria”. Seguiam mais anjos trazendo um hábito preto e uma palma. O hábito com a palma Maria deu-o aos Religiosos, dizendo estas palavras: “Escolhi-vos meus Servos, para que, usando do meu nome, vades trabalhar na Vinha de meu Filho. Eis aqui o hábito, que vos dou. Sua cor negra vos lembrará as dores que hoje sofri ao pé da Cruz, assistindo a agonia de meu Filho, Jesus.


A Regra de Santo Agostinho recebei-a por norma da vossa vida; a palma far-vos-á lembrar a glória eterna, prêmio da perseverança fiel no meu serviço”. Maria também apareceu ao Bispo e ordem lhe deu, para proceder a solene vestição do hábito preto aos seus Servos. Esta se realizou logo no dia da páscoa.


Em 1304, quando a Santa Sé aprovou oficialmente a “Ordem dos Servidores de Maria” apenas Aleixo ainda estava vivo. A tradição diz que antes de morrer ele ficou rodeado de anjos e recebeu a visita de Cristo, na figura de menino, que lhe oferecia uma coroa de ouro.

Com cento e dez anos, ele morreu sereno no dia 17 de fevereiro de 1310 em monte Senário. Ele foi beatificado oito anos antes que os outros seis fundadores. Em 1888, todos foram canonizados juntos, para assim serem cultuados no dia da morte de Santo Aleixo Falconieri.


No Brasil se estabeleceu em 1920. Os Servitas têm conventos no Rio de Janeiro, em São Paulo, e na Arquidiocese de Florianópolis, no Rio Grande do Sul e trabalham na Prelazia do Acre.


A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Rômulo, Silvino e Reginaldo de Orleans.



MARTIROLÓGIO ROMANO

17/02


1. Os santos sete fundadores da Ordem dos Servitas de Nossa Senhora – Bonfílio, Bartolomeu, João, Bento, Geraldino, Ricóvero e Aleixo – que eram negociantes em Florença e se retiraram de comum acordo para o monte Senário, onde se consagraram ao serviço da Virgem Maria, fundando uma Ordem sob a Regra de Santo Agostinho. São comemorados todos no dia em que, segundo a tradição, morreu centenário o último destes fundadores, que foi Aleixo.

(† c. 1262-1310)


2. Em Amaseia, no Helesponto, actualmente na Turquia, a paixão de São Teodoro de Tiro, que, no tempo do imperador Maximiano, pela confissão da fé cristã, foi duramente flagelado e encerrado no cárcere e, finalmente, entregue para ser queimado nas chamas. São Gregório de Nissa celebrou os seus louvores num eminente panegírico.

(† 306/311)


3*. Em Tréveris, na Gália Bélgica, hoje na Alemanha, São Bonoso, bispo, que, com Santo Hilário de Poitiers, trabalhou com zelo e sabedoria para que nas Gálias se conservasse a integridade da fé.

(† c. 373)


4. Na Arménia, São Mesróbio, evangelizador dos Arménios, que, tendo sido discípulo de São Narsés e escriba no palácio real, se fez monge; criou um alfabeto para ensinar ao povo a Sagrada Escritura, traduziu o Antigo e o Novo Testamento e compôs hinos e cânticos em língua armena.

(† c. 440)


5. No mosteiro de Clúain Ednech, na Irlanda, São Fintano, abade, fundador deste cenóbio, célebre pela sua austeridade.

(† c. 440)


6. Comemoração de São Flaviano, bispo de Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, que, ao defender a fé católica no Concílio de Éfeso, foi ferido com punhadas e pontapés pelo ímpio Dióscoro e morreu pouco tempo depois no exílio.

(† 449)


7*. Em Lindisfarne, na região da Notúmbria, na actual Inglaterra, São Finano, bispo e abade, insigne pela sua doutrina e zelo evangelizador.

(† c. 656)


8. Em Auchy-aux-Moines, na região dos Morinos, na atual França, o sepultamento de São Silvino, bispo.

(† s. VIII)


9*. No mosteiro de Cava de’ Tirréni, na Campânia, região da Itália, São Constável, abade, que, pela sua exímia mansidão e caridade para com todos, foi vulgarmente denominado “cobertor” dos irmãos.

(† 1124)


10*. Em Ratzeburg, no Holstein, hoje na Alemanha, Santo Evermodo, bispo, que foi discípulo de São Norberto na Ordem Premonstratense e trabalhou na obra da conversão dos Vendos.

(† 1178)


11*. Em Pádua, no Véneto, região da Itália, o Beato Lucas Bellúdi, presbítero da Ordem dos Menores, que foi discípulo e companheiro de Santo António.

(† 1286)


12♦. Em Hiroshima, no Japão, o Beato Matias Shobara Ichizaemon, mártir.

(† 1624)


13. Em Pyongyang, na Coreia, São Pedro Yu Chong-nyul, mártir, pai de família, que, enquanto lia de noite o Evangelho aos fiéis na casa de um catequista, foi preso e, vergastado até à morte, morreu por Cristo.

(† 1866)


14*. Em Rosica, na Polónia, o Beato António Lesczewicz, presbítero da Congregação dos Clérigos Marianos e mártir, que, durante a ocupação militar da sua pátria em tempo de guerra, foi queimado pelos perseguidores da Igreja por causa da sua fé em Cristo.

(† 1943)



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