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Âncora 1

SOBRE A IGREJA

Já temos escrito no item acima "NOSSA HISTÓRIA", como a Igreja surgiu, assim como a responsabilidade que esta tinha em sua construção.
Talvez fosse interessante que conseguíssemos emergir no contexto político e cultural da época, para entendermos diversas condições que perduram até hoje.

DOM PEDRO II

Dom Pedro II, nosso perpétuo patrono, era um homem muito bom, tanto que a construção da nossa Igreja, quando templo, foi em muito favorecida por ele.  Não somente pelo fato de sua avó, Dona Maria, frequentar a antiga capela, mas também porque era um jovem promissor, com visão diferenciada.  

 

Quando lançada a pedra fundamental da nossa Igreja, em 1842, Dom Pedro II tinha acabado de assinar o casamento com Maria Leopoldina, aos 17 anos.  Notava-se o interesse comum pelo povo, a vontade de bem servir, assim como o de trazer o conhecimento e o desenvolvimento.

Entre suas ambições estava trazer o desenvolvimento europeu para o Brasil.  Trazia consigo alianças com os portugueses, mas também com os franceses, apesar dos ressentimentos, porque eram considerados o "alto nível" naquele tempo. Também abraçava alianças com os suíços e alemães.  Talvez uma forma de promover a vinda deste povo para habitar o país e trazer benesses e o conhecimento que tinham das terras de origem.  Assim já funcionava nas serras do interior carioca e em São Paulo, desde o início do século. 

Com estes fatos, se explicam a presença da imagens de santos não tão conhecidos aqui no Brasil, como Santa Hermengarda, da Alemanha.  Lá ela é muito venerada.  Também vê-se no alto da torre da Igreja, imagens símbolos, típicos da Europa na época.  A imagem da Sabedoria, Fé, Caridade e Providência são imagens símbolos, não são santos. (fotos)

Mas também não podemos deixar de esquecer o empenho de vários homens e mulheres para promover e trazer ao fiéis católicos uma Igreja de tamanha importância.  Na nossa Igreja temos o registro destes homens e mulheres que foram tão importantes para nós.

SOBRE A CONSTRUÇÃO DA IGREJA

Muitos historiadores vão descrever a nossa Igreja como uma construção Neoclássica, mas nota-se muitas identificações barrocas na torre e no seu interior e uma pequena área com visual rococó, proveniente do transporte do altar da Capela Nossa Senhora dos Prazeres, local que serviu de sede temporária da Matriz da Freguesia da Glória, que funcionava na Rua das Laranjeiras, nº 9, onde, atualmente, se encontra o colégio Franco Brasileiro.

Alguns estudiosos indicam que a Igreja teria como exemplo a Igreja Saint Martin’s in The Fields, na Trafalgar Square, situada no Reino Unido, mas ao investigar a arquitetura Neoclássica, vê-se, quase que de imediato, semelhança em todas as construções, onde trazem um "dejavú" grego, com as pilastras arredondadas e a moldura superior em forma triangular.

Como não sou arquiteto, deixo imagens para vocês comprovarem a minha posição.  Desta forma, penso que os projetistas Julio Köeler e Carlos Rivière devem ter tido a idéia original tal como é a Igreja de Madeleine, mas, pela diferença muito grande com as Igrejas Barrocas, devem ter adaptado a torre em estilo barroco, visto que a tão utilizada cúpula (como a do Panteão nas fotos) não seria propício para o espaço e tamanho da construção.  Há quem diga que o próprio Machado de Assis interviu para que a Igreja tivesse alguma semelhança com as Igrejas que já existiam por aqui.  Por tanto, neste aspecto, acredito que a semelhança citada com a Igreja Saint Martin´s in The Fields, possa ser uma observação somente de algum historiador, que não levou em consideração o tipo da torre.

Com a construção da nossa Igreja, o Largo do Machado, outrora já chamado Largo das Pitangueiras e até Lago dos Suruís, passa a se chamar Largo da Glória.  (Suruí era um pequeno crustáceo.  Quando chamavam de Lago, é porque havia uma tendencia a acumular água no local, principalmente porque na época não tinham sistema de escoamento de águas pluviais, por conta da antiga geomorfologia do local.  O Rio Catete passava antes onde hoje é a Rua do Catete).

O império brasileiro da época passava também um período conturbado, pois o pós regência, findado com a emancipação de Dom Pedro II, deixou a sensação de insatisfação de muitos privilegiados que deixavam de ter suas regalias por conta do imperador. Foi uma época na qual exacerbou a maçonaria no país, principalmente entre os políticos.  

Mas, a despeito de observações infundadas de alguns visitantes e até de fíéis, nossa Igreja não tem símbolos que remetam a presença da maçonaria.  Na realidade, assim como na nova era, muitos símbolos são subtraídos da nossa Igreja, para criar descrédito destas.  É o caso do "olho que tudo vê", que se encontra no altar do Sagrado Coração de Jesus e em uma das portas internas da Igreja, que associam à maçonaria e, agora com esta nova moda de conspirações, aos iluminatti.  Mas é um símbolo usado na Igreja entre os séculos 17 e 18, chamado Olho da Providência.  Ele está presente em muitas Catedrais e simboliza a Onisciência e Onipresença de Deus.  

Até a nova mudança do nome do Largo da Glória para Praça Duque de Caxias pode ser visto como uma influência maçônica, visto que, apesar de aclamado herói nacional na Guerra do Paraguai, Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, era maçom.  Então fica a pergunta: mudou de nome por conta da morte de Duque de Caxias, ou por ser uma afronta dos maçons que se reuniam muitas vezes no bairro da Glória e não gostavam da grande massa de fiéis que ocupavam o Largo da Glória por conta das Missas Campais, enquanto não terminava a construção da Igreja?

Outra prova da incompatibilidade destas afirmações se dá pelo fato de nossa Igreja, através do Pároco Antonio Velasco, homem notável que também auxiliou a construção da Igreja, agir de forma persuasiva contra os Positivistas, que abriram a sua sede na Rua Santa Isabel (atual Rua Benjamim Constant), na Glória.  Este fato mobiliza a nossa Igreja e com fundos obtidos juntos aos fiéis, para comprar um terreno na mesma rua e construir a Igreja Sagrado Coração de Jesus.  Tal bravura e empenho inibiu uma possível expansão dos maçônicos na época.  Os positivistas são conhecidos pela frase em nossa bandeira: "Ordem e Progresso".

O bairro do Catete e do Flamengo já não tem o empecilho do Rio Catete, que fora aterrado completamente e, desta forma, o comércio e o mercado imobiliário na região até a Lagoa cresce vertiginosamente entre os mais endinheirados. Desta oportunidade e disponibilidade financeira, surgem as linhas dos bondes.  O Largo da Glória passa a ser um ponto de distribuição dos transportes, do Centro para Botafogo, Laranjeiras, Cosme Velho, voltando o nome antigo, Largo do Machado.

Não muito tempo depois a Igreja Matriz tem novo empenho, como paróquia.  A construção do Cristo Redentor no Corcovado.  Lá existia uma capela, de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, e até hoje permanece na base da imagem de 30 metros..  E a união das nossas Igrejas no Brasil condicionam a campanha nacional que trará frutos nos óbulos para construção.  Na época o valor para doação era de 1000 reis, valor que tanto ricos, quanto pobres podiam doar.

A guerra na década de 30 foi um freio no mercado, mas já nos inícios da década de 40 a Igreja passa por outra grande mudança: a adaptação das duas capelas laterais, hoje o batistério e o antigo mortuário. (fotos)

Outra mudança foi na década de 70, quando o pároco decidiu construir o salão Monsenhor Franca.  O espaço, segundo fiéis mais antigos, era um tipo de área de lazer, onde jogavam futebol os fíeis (dizem que até os padres) e moradores da região.

A Igreja perde, nesta época, uma de suas belas e importante obras: os quadros de madeira esculpida, que representavam a via sacra, são destruídos pelos cupins.  Foram substituídos por quadros que até hoje estão expostos.

NOSSA SENHORA DA GLÓRIA 
30/10/1834 - S/1
Largo do Machado, s/n - Laranjeiras - 22221-020 - Tel 2225-0735


Pároco: Pe. Geovane Ferreira Silva
Vigários Paroquiais: Pe. Alexandre Cortizo de Freitas; Pe. Levi Alves de Senna; Pe. Alceu
Diáconos: Jorge Monteiro de Barros (P);

Imaculada Conceição (Instituto João Alves Afonso)
Rua Ipiranga, 70 - Laranjeiras - 22231-120 - Tel 2556-6046

Jesus Sacramentado (Apoio Fraternal)
Rua das Laranjeiras, 110 - Laranjeiras - 22240-000 - Tel 2225-5208

Nossa Senhora do Cenáculo (FEM 015)
Rua Pereira da Silva, 135 - Laranjeiras - 22221-140 - Tel 2557-5438

Nossa Senhora do Sagrado Coração
Rua Tavares Bastos, 296 - Catete - 22221-030 - Tel 2205-9447

Santa Teresinha (Palácio Guanabara)
Rua Pinheiro Machado, s/n - Laranjeiras - 22231-090 - Tel 2334-3301

Reitor: Côn. José Gomes Moraes
Diácono: Raimundo Gonçalves dos Santos (P)

São José (Lar de São José - FEM 108)
Rua Dr. João Coqueiro, 95 - Laranjeiras - 22221-120 - Tel 2557-3981

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